sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A AMIVI - Associação dos Amigos da 24 de Maio e Adjacências, convida os porto-alegrenses, em especial os amigos da Rua 24 de Maio, para o evento CAMINHO DAS PEDRAS - Arte e Cultura na Escadaria, a se realizar no dia 1º de dezembro, sábado, das 10 as 17 horas.

Trata-se de uma exposição onde há espaço para múltiplas manifestações artísticas e culturais. venha ver ou expor suas criações e exibir seu talento artístico.

Este mês em apoio as festividades do 80° aniversário do Viaduto Otávio Rocha, nossa exposição será realizada, excepcionalmente nos arcos do Viaduto.

Confraria do Feijão


Em homenagem aos 80 anos do Viaduto Otávio Rocha, resgatamos a Confraria do Feijão, que será realizada no Armazém Porto Alegre (Alto das escadarias do Viaduto - Passagem Outono), sábado 01/12 a partir das 12:30h, feijoada e a abertura da Feira Multicultural junto aos arcos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Correio do Povo - Viaduto Otávio Rocha completa 80 anos


Prefeitura de Porto Alegre programa restauração solicitada pelo MP

Viaduto fica no Centro de Porto Alegre<br /><b>Crédito: </b> Paulo Nunes
Viaduto fica no Centro de Porto Alegre
Crédito: Paulo Nunes
Ao completar 80 anos, o Viaduto Otávio Rocha em nada lembra um cenário de comemoração. Criado para dar vida a uma região de conflitos e melhorar o trânsito de Porto Alegre, o monumento, concluído em 1932, hoje sofre com infiltrações e a ação de vândalos, além de servir de abrigo a moradores de rua. Após cobrança do Ministério Público, a prefeitura deu início ao projeto que antecede obra de revitalização - porém o próximo capítulo desta história poderá ser escrito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois que o Judiciário gaúcho reformou uma sentença que estabelecia prazo para a prefeitura revitalizar a estrutura, a Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente recorreu ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça, semana passada, para garantir a execução da obra. "A ação não pede somente a restauração, mas também que seja estabelecida uma vigilância pessoal, com a presença da Guarda Municipal", explicou a promotora Ana Marchesan. Em novembro do ano passado, em resposta a uma ação do MP, sentença da 4ª Vara da Fazenda Pública havia dado nove meses para que o município concluísse o projeto.

Posteriormente, o Tribunal de Justiça entendeu não ter havido omissão do município e retirou o prazo. Ana destacou que a reforma deve começar por um diagnóstico completo, passando por recomposição da forma original e eliminação das pichações. A promotora sabe, no entanto, que a espera por uma decisão de Brasília costuma ser longa. "A expectativa é boa, principalmente no STJ. O problema é o tempo."

A meta do Executivo é concluir a restauração (projeto e obra) antes da Copa de 2014. A cargo da Engeplus Engenharia e Consultoria, o estudo inicial tem prazo de oito meses. "Ao final desse período, tendo o projeto de restauração pronto, aí sim vamos iniciar a licitação para realizar a obra", afirmou o secretário de Obras e Viação, Adriano Borges Gularte. A elaboração do projeto irá custar R$ 398 mil à prefeitura. A execução da obra não tem um custo definido, mas Gularte acredita ser possível executá-la com recursos próprios.

Em 2011, o Executivo solicitou manifestação de interesse à iniciativa privada, porém não houve sucesso. O projeto deve contemplar impermeabilização, restaurações, prevenção contra incêndios, instalações elétricas e sanitárias, além de paisagismo e acessibilidade. O secretário disse que corrigir as infiltrações será o grande desafio. Segundo ele, a estrutura da obra não parece estar comprometida.

Permissionária mais antiga, Ineide Nadae, 79 anos, está no local desde 1972, quando os espaços comerciais foram abertos. Devido à umidade causada por infiltrações, já teve mercadoria danificada. Disse que o problema piorou após a última grande obra realizada no viaduto, em 2001.

Obra para uma nova cidade

Conhecido como "remodelador", Otávio Rocha foi intendente de Porto Alegre entre 1924 e 1928. Coube a ele dar início, no último ano do mandato, à obra que leva seu nome. Construído sob a coordenação dos engenheiros Manoel Itaquy e Duilio Bernardi, o viaduto tinha o objetivo de ligar o Centro à zona Sul pela atual avenida Borges de Medeiros, facilitando a circulação de bondes - além de revitalizar a região. "O centro estava muito congestionado de casas e as ruas eram apertadas para o novo patamar de cidade comercial, industrial e capital de Estado que crescia num ritmo acelerado", explicou o professor de História Charles Monteiro, autor de "Porto Alegre: Urbanização e Modernidade". De acordo com ele, a área escolhida abrigava, na década de 1920, casas populares, cortiços, porões e casas de pasto que, na época, eram cenário de conflitos e greves operárias.

A obra insere-se numa tendência de melhoria das condições higiênicas e "morais" da sociedade após a Proclamação da República (1889). A sua degradação, conforme Monteiro, foi intensificada nos anos 1980. Na década seguinte, projetos culturais contribuíram para valorizar o espaço. "Várias administrações fizeram restaurações desde os ano 1990, porém é um trabalho contínuo."

Comerciantes pedem revitalização

Entre os permissionários que ocupam os espaços comerciais do viaduto, a expectativa é grande pelo início da revitalização. Eles confiam que a obra irá resolver o problema de infiltrações e melhorar o aspecto do local. A maior reclamação, porém, é com relação ao valor da permissão de uso cobrado pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). O menor dos espaços comerciais custa R$ 419 mensais. Alguns comerciantes, com espaços maiores, gastam mais de R$ 1 mil por mês.

Segundo o presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov), Adacir Flores, o alto custo acaba provocando inadimplência. "Está acima do percentual que deveria ser cobrado pelo estado em que se encontra o viaduto." De acordo com ele, todas as lojas já sofreram tentativas de arrombamento, apesar das oito câmeras do local. Um dos sonhos da Arccov é a construção de uma zeladoria em um terreno pertencente à prefeitura, localizado sobre uma das escadarias, o que aumentaria a segurança de pedestres e dos cerca de cem trabalhadores. Segundo a Smic, a situação dos permissionários será discutida com os próprios comerciantes após a conclusão da revitalização. Ao todo, são 34 lojas.


Danton Júnior / Correio do Povo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Viaduto Otávio Rocha

Viaduto Otávio Rocha
Os trabalhos para a recuperação e restauração do Viaduto Otávio Rocha, ou também conhecido como “Viaduto da Borges”, foram iniciados. É uma felicidade trabalhar neste projeto. Ele envolve toda a cidade e nossa história. Por isso, segue um pequeno histórico desse monumento, para termos uma ideia da responsabilidade e do comprometimento deste trabalho.
O Plano Geral de Melhoramentos de 1914, atribuído a Moureira Maciel, previa entre outras intervenções no tecido urbano de Porto Alegre, a construção da Avenida Borges de Medeiros. Mas a obra somente saiu do papel em 1928, quando o intendente Otávio Rocha e o presidente do Estado, Borges de Medeiros, realizaram diversas obras consideradas “cirurgias urbanas”, que podem ser relacionadas, devidas às proporções, às obras realizadas em Paris por Haussmann e no Rio de Janeiro por Pereira Passos.
A execução da obra tinha como justificativa a higiene e embelezamento da cidade – neste período estava vigente o pensamento positivista, por isso a intenção de empregar a ideia de progresso, através do planejamento e reformas urbanas. Anteriormente ali existia uma pequena via – a Rua General Paranhos, que conectava a Rua General Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e descia em acentuada ladeira até a Rua Coronel Genuíno, era uma rua marcada pela criminalidade e prostituição. Além disso, havia a necessidade de tratar o trânsito da cidade, conectando o centro à zona sul.
A obra exigia o rebaixamento do terreno, a interrupção da Rua Duque de Caxias e a criação de uma via elevada para que a passagem fosse reconfigurada. A proposta é de autoria dos Engenheiros Manuel Asumpção Itaqui e Diulio Bernardi, aprovada em 1927. No ano seguinte começaram as desapropriações e terraplanagem. Para a execução da obra foi aberta uma concorrência e a empresa vencedora foi a alemã: Companhia Construtora Dyckerhoff e Widmann.
O Viaduto foi executado em estrutura de concreto armado e revestido com cirex (massa raspada com mica). Composto por três vãos: o central com 19,20m e os laterais com 4,80m. Dois grupos ornamentais estão alocados nos nichos das porções centrais. O parapeito é composto por uma balaustrada em concreto. Inaugurado em 1932, foi considerado uma obra monumental, que transmitia a visão de uma Porto Alegre Moderna. Em 1972, foram cedidos os pequenos compartimentos no passeio inferior para estabelecimentos comerciais, serviços e sanitários. Por suas características arquitetônicas e sua relevância sócio cultural, foi inscrito pelo município no Livro do Tombo em 1988.
Em 1997 começaram a ser feitas reformas para reparo da estrutura, lavagem geral, recuperação de calhas e tubos de coleta. Seguindo pela atualização no sistema de iluminação, com a sua troca. Em 1999 foi iniciada a última etapa da restauração com a reforma dos passeios, dos revestimentos, das esquadrias, das instalações elétricas e hidráulicas de todas as lojas, sendo concluída no ano de 2001. Posteriormente, em 2010, foi feita uma limpeza geral e restauração do revestimento.
Atualmente o Viaduto se encontra em péssimo estado de conservação. Instalações elétricas, hidrossanitárias, gás, impermeabilização, segurança, proteção contra incêndio, acessibilidade, iluminação pública, paisagismo, mobiliário e sinalização urbana devem ser avaliadas e recuperadas. Algumas questões relevantes foram discutidas com relação a como a Prefeitura irá realizar esta reforma. O que não resta dúvida é a sua necessidade.
Uma determinação do Ministério Público impôs que a Prefeitura apresentasse projeto de recuperação do Viaduto. Em maio deste ano, a empresa Engelplus Engenharia ganhou licitação para a execução do projeto de restauração e recuperação estrutural do monumento. Após a apresentação do projeto, principalmente de seu orçamento, as questões de como a obra será executada serão discutidas.
O movimento de Preservação e Humanização do Viaduto Otávio Rocha, promovido pela ARCCOV (Associação Representativa dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha), formada em 2005, tem por objetivo a preservação e manutenção do Viaduto através da conscientização da população e do poder público, a respeito da sua importância. Seus valores vão além dos arquitetônicos e históricos, mas também humanos e culturais.

Fontes:
MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade: construção social do espaço urbano. Porto Alegre: Edipucrs, 1995. 152 p.
Estudos urbanos: Porto Alegre e seu planejamento. Porto Alegre: UFRGS: Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1993. 373 p. : il.
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. 444 p. : il.



Athena Guimarães
Acadêmica - Arquitetura e Urbanismo
UFRGS
































Rua General Paranhos – 1865
Obras Viaduto Otávio Rocha – 1926

Obras Viaduto Otávio Rocha – 1930

Colocação dos trilhos - 1932




Pichações, sujeira e infiltrações chamam a atenção.

Foto: Maurício Malaszkiewicz
As escadarias internas foram ocupadas por consumidores de drogas, tornando o local inseguro mesmo durante o dia.
Foto: Maurício Malaszkiewicz
Atualmente as grelhas de escoamento pluvial estão fechadas. O Viaduto se torna uma verdadeira “cascata” em dias chuvosos. Além de aumentar o problema da infiltração.
Foto: Maurício Malaszkiewicz

Instalações elétricas expostas por terem seus tampos furtados ou então inacessíveis.
Foto: Maurício Malaszkiewicz