quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Porto Alegre/RS – Empresários evitam assumir viaduto histórico

 2 de fevereiro de 2011 por Silvana Losekann

Inaugurada em 1932, estrutura viária da Avenida Borges de Medeiros apresenta sérios problemas.

Convocados por edital, empreendedores ignoram chamamento da Smic para recuperar monumento.

A intenção da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) de recuperar o Viaduto Otávio Rocha com apoio da iniciativa privada foi malsucedida. Empreendedores não responderam a chamamento público, feito por meio de edital há 60 dias, para apresentar projetos de restauração e possibilidades de novos negócios para a área.

O prazo para a apresentação de propostas terminou domingo. A ideia era selecionar uma empresa para realizar estudos técnicos, contemplando a revitalização e a viabilidade econômica do monumento tombado em 1988, na Capital. Com o projeto definido, um empreendedor seria selecionado para assumir a estrutura na Avenida Borges de Medeiros, sendo responsável pela recuperação. Como contrapartida, poderia explorar economicamente os espaços disponíveis.

A proposta, do secretário Valter Nagelstein, pretendia acabar com uma série de dificuldades estruturais e financeiras, já que a maioria dos permissionários tem débitos de aluguéis com a Smic. O custo da reforma é estimado em R$ 10 milhões.

Empreendedores que administram um shopping chegaram a se reunir com a Smic, mas desistiram do negócio. Nagelstein avalia que a resistência dos atuais permissionários prejudicou os planos de encontrar um parceiro privado. Sem apoio dos empresários, Nagelstein pretende se reunir com o prefeito José Fortunati para definir um “plano B” para o viaduto inaugurado em 1932. Poderão ser usados recursos próprios.

Permissionários pedem união de forças

À frente da Associação Representativa Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha, Adacir Flores não se surpreende com o insucesso da proposta da prefeitura: "Quem iria investir R$ 10 milhões num patrimônio cultural? Quem tem de administrar mesmo é a prefeitura, pois é um bem público e tombado".

Flores avalia que o momento deve ser de união em busca de soluções. Contrário à proposta da prefeitura desde o início, o comerciante defende a recuperação do monumento por meio de verbas de emendas parlamentares e da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Para tanto, pondera ele, é preciso ter o projeto em mãos para solicitar os recursos. A proposta formal ainda não existe.

Na Semana de Porto Alegre, no fim do mês que vem, a entidade deve organizar um seminário em parceria com a Câmara de Vereadores. O objetivo é estimular a troca de ideias entre autoridades, comunidade, arquitetos e engenheiros sobre possibilidades para o viaduto. "Não queremos confronto, mas chegar a uma solução. Com a nova visão do prefeito José Fortunati de ouvir a comunidade, acreditamos que será possível chegar a um denominador comum para recuperar o viaduto", diz Flores.





Fonte:http://www.defender.org.br/porto-alegrers-empresarios-evitam-assumir-viaduto-historico/