segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Lembrança dos 80 anos



Documento resgatado por morador que faz parte do Movimento Amigos do Viaduto



Foto da primeira Confraria do Feijão, foi resgatada em comemoração dos 80 anos do viaduto, no lado outono  das escadarias junto ao Armazém Porto Alegre na abertura das comemorações dos 80 anos do Viaduto Otávio Rocha.

Solenidade de entrega do Troféu Viaduto Otávio Rocha


A ARCCOV agradece a todos que direta ou indiretamente contribuíram com o movimento pela revitalização e humanização do Viaduto Otávio Rocha.

O evento ocorreu dia 11 de dezembro no Salão Rio-grandense do Everest Hotel.






































quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

VIVA OS 80 ANOS DO VIADUTO OTÁVIO ROCHA 

Foi com grande prazer e emoção,participei dos 80 anos do viaduto Otávio Rocha,desta vez vejo com grande alegria,a participação de muitos nessa luta que é de todos,nós pois o monumento representa a nossa memória,conta a história estética de um tempo,que ficou marcado em cada traço de suas paredes.
O diálogo que mantemos com o mundo que nos cerca,passa por nossos monumentos,isto é,representação de cada um para o mundo,que nos cerca.

  João Martins

Diário Gaúcho 08/12/2012 - Viaduto Otávio Rocha completa 80 anos

Foto: Lívia Stumpf / Diário Gaúcho

Por: Eduardo Rodrigues

Imagine se a Estátua da Liberdade, em Nova York, a Torre Eiffel, em Paris, e o Big Ben, em Londres, amanhecessem sujos e pichados? Seria um escândalo e as autoridades tomariam providências urgentes para proteger esses patrimônios culturais de vândalos e baderneiros.

Em Porto Alegre, o Viaduto Otávio Rocha - a maior e mais bonita obra arquitetônica da cidade -, que completa 80 anos este mês, passará finalmente por uma reforma, após anos de descaso do poder público.

Proximidade da Copa ajudou

Tombado pela Secretaria Municipal da Cultura em 1988, por suas características arquitetônicas e por sua relevância sociocultural, o viaduto se deteriorou, virou um antro de drogados e dormitório para andarilhos. A última reforma ocorreu entre 1998 e 2001. De lá pra cá, não teve ninguém que zelasse pela beleza de suas paredes, arcos e colunas. Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e o aumento do número de turistas, tudo mudou.


Reforma custará R$ 398 mil

O viaduto, construído entre 1928 e 1932, será totalmente restaurado pela Engeplus Engenharia e Consultoria. A estrutura será impermeabilizada e as partes elétrica, hidrossanitária, de iluminação e sinalização totalmente refeitas.

O projeto, que custará R$ 398 mil à prefeitura, prevê ainda acessibilidade, paisagismo e mobiliário urbano. A empresa tem prazo até junho de 2013 para concluir o estudo.

Depois disso, a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) iniciará o processo de licitação.

Comerciantes apreensivos

Se por um lado os permissionários das lojas no viaduto estão felizes com a reforma, por outro, não sabem quanto tempo terão de permanecer com as portas fechadas. Entre 1998 e 2001, durante a reforma, muitos deles não puderam trabalhar por vários meses.

Há cinco anos, Zelinda Freitas, 57 anos, tem um bazar na loja 14, onde vende de chapéus a bonecas, de camisetas a eletrônicos. A possibilidade de suspender as atividades temporariamente assusta.

- Se tiver que fechar, vai ficar difícil - disse.

Responsável há 37 anos por uma loja de artigos religiosos sob os arcos do viaduto, Nazareno da Silveira, 63 anos, está preocupado:

- Fechar tudo bem, mas eu quero voltar.

De acordo com o presidente da Associação Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha, Adacir José Flores, 51 anos, dono de um sebo no local, não tem nada definido ainda.

- Quem vai dizer se as lojas terão de fechar ou não são os engenheiros - explicou.

Saiba mais

- Em 1926, o então presidente do Estado, Borges de Medeiros, e o intendente (prefeito) da Capital, Otávio Rocha, decidiram construir a Avenida Borges de Medeiros para ligar o Centro à Zona Sul.

- Foi necessário desaterrar o trecho mais alto da via, acabando com a continuação da Duque de Caxias. O viaduto foi erguido para restabelecer o tráfego.

- A construção durou quatro anos, de 1928 a 1932.

- Em 1988, o viaduto virou patrimônio histórico da Capital.


Fonte: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2012/12/viaduto-otavio-rocha-completa-80-anos-3976665.html






sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A AMIVI - Associação dos Amigos da 24 de Maio e Adjacências, convida os porto-alegrenses, em especial os amigos da Rua 24 de Maio, para o evento CAMINHO DAS PEDRAS - Arte e Cultura na Escadaria, a se realizar no dia 1º de dezembro, sábado, das 10 as 17 horas.

Trata-se de uma exposição onde há espaço para múltiplas manifestações artísticas e culturais. venha ver ou expor suas criações e exibir seu talento artístico.

Este mês em apoio as festividades do 80° aniversário do Viaduto Otávio Rocha, nossa exposição será realizada, excepcionalmente nos arcos do Viaduto.

Confraria do Feijão


Em homenagem aos 80 anos do Viaduto Otávio Rocha, resgatamos a Confraria do Feijão, que será realizada no Armazém Porto Alegre (Alto das escadarias do Viaduto - Passagem Outono), sábado 01/12 a partir das 12:30h, feijoada e a abertura da Feira Multicultural junto aos arcos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Correio do Povo - Viaduto Otávio Rocha completa 80 anos


Prefeitura de Porto Alegre programa restauração solicitada pelo MP

Viaduto fica no Centro de Porto Alegre<br /><b>Crédito: </b> Paulo Nunes
Viaduto fica no Centro de Porto Alegre
Crédito: Paulo Nunes
Ao completar 80 anos, o Viaduto Otávio Rocha em nada lembra um cenário de comemoração. Criado para dar vida a uma região de conflitos e melhorar o trânsito de Porto Alegre, o monumento, concluído em 1932, hoje sofre com infiltrações e a ação de vândalos, além de servir de abrigo a moradores de rua. Após cobrança do Ministério Público, a prefeitura deu início ao projeto que antecede obra de revitalização - porém o próximo capítulo desta história poderá ser escrito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois que o Judiciário gaúcho reformou uma sentença que estabelecia prazo para a prefeitura revitalizar a estrutura, a Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente recorreu ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça, semana passada, para garantir a execução da obra. "A ação não pede somente a restauração, mas também que seja estabelecida uma vigilância pessoal, com a presença da Guarda Municipal", explicou a promotora Ana Marchesan. Em novembro do ano passado, em resposta a uma ação do MP, sentença da 4ª Vara da Fazenda Pública havia dado nove meses para que o município concluísse o projeto.

Posteriormente, o Tribunal de Justiça entendeu não ter havido omissão do município e retirou o prazo. Ana destacou que a reforma deve começar por um diagnóstico completo, passando por recomposição da forma original e eliminação das pichações. A promotora sabe, no entanto, que a espera por uma decisão de Brasília costuma ser longa. "A expectativa é boa, principalmente no STJ. O problema é o tempo."

A meta do Executivo é concluir a restauração (projeto e obra) antes da Copa de 2014. A cargo da Engeplus Engenharia e Consultoria, o estudo inicial tem prazo de oito meses. "Ao final desse período, tendo o projeto de restauração pronto, aí sim vamos iniciar a licitação para realizar a obra", afirmou o secretário de Obras e Viação, Adriano Borges Gularte. A elaboração do projeto irá custar R$ 398 mil à prefeitura. A execução da obra não tem um custo definido, mas Gularte acredita ser possível executá-la com recursos próprios.

Em 2011, o Executivo solicitou manifestação de interesse à iniciativa privada, porém não houve sucesso. O projeto deve contemplar impermeabilização, restaurações, prevenção contra incêndios, instalações elétricas e sanitárias, além de paisagismo e acessibilidade. O secretário disse que corrigir as infiltrações será o grande desafio. Segundo ele, a estrutura da obra não parece estar comprometida.

Permissionária mais antiga, Ineide Nadae, 79 anos, está no local desde 1972, quando os espaços comerciais foram abertos. Devido à umidade causada por infiltrações, já teve mercadoria danificada. Disse que o problema piorou após a última grande obra realizada no viaduto, em 2001.

Obra para uma nova cidade

Conhecido como "remodelador", Otávio Rocha foi intendente de Porto Alegre entre 1924 e 1928. Coube a ele dar início, no último ano do mandato, à obra que leva seu nome. Construído sob a coordenação dos engenheiros Manoel Itaquy e Duilio Bernardi, o viaduto tinha o objetivo de ligar o Centro à zona Sul pela atual avenida Borges de Medeiros, facilitando a circulação de bondes - além de revitalizar a região. "O centro estava muito congestionado de casas e as ruas eram apertadas para o novo patamar de cidade comercial, industrial e capital de Estado que crescia num ritmo acelerado", explicou o professor de História Charles Monteiro, autor de "Porto Alegre: Urbanização e Modernidade". De acordo com ele, a área escolhida abrigava, na década de 1920, casas populares, cortiços, porões e casas de pasto que, na época, eram cenário de conflitos e greves operárias.

A obra insere-se numa tendência de melhoria das condições higiênicas e "morais" da sociedade após a Proclamação da República (1889). A sua degradação, conforme Monteiro, foi intensificada nos anos 1980. Na década seguinte, projetos culturais contribuíram para valorizar o espaço. "Várias administrações fizeram restaurações desde os ano 1990, porém é um trabalho contínuo."

Comerciantes pedem revitalização

Entre os permissionários que ocupam os espaços comerciais do viaduto, a expectativa é grande pelo início da revitalização. Eles confiam que a obra irá resolver o problema de infiltrações e melhorar o aspecto do local. A maior reclamação, porém, é com relação ao valor da permissão de uso cobrado pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). O menor dos espaços comerciais custa R$ 419 mensais. Alguns comerciantes, com espaços maiores, gastam mais de R$ 1 mil por mês.

Segundo o presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov), Adacir Flores, o alto custo acaba provocando inadimplência. "Está acima do percentual que deveria ser cobrado pelo estado em que se encontra o viaduto." De acordo com ele, todas as lojas já sofreram tentativas de arrombamento, apesar das oito câmeras do local. Um dos sonhos da Arccov é a construção de uma zeladoria em um terreno pertencente à prefeitura, localizado sobre uma das escadarias, o que aumentaria a segurança de pedestres e dos cerca de cem trabalhadores. Segundo a Smic, a situação dos permissionários será discutida com os próprios comerciantes após a conclusão da revitalização. Ao todo, são 34 lojas.


Danton Júnior / Correio do Povo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Viaduto Otávio Rocha

Viaduto Otávio Rocha
Os trabalhos para a recuperação e restauração do Viaduto Otávio Rocha, ou também conhecido como “Viaduto da Borges”, foram iniciados. É uma felicidade trabalhar neste projeto. Ele envolve toda a cidade e nossa história. Por isso, segue um pequeno histórico desse monumento, para termos uma ideia da responsabilidade e do comprometimento deste trabalho.
O Plano Geral de Melhoramentos de 1914, atribuído a Moureira Maciel, previa entre outras intervenções no tecido urbano de Porto Alegre, a construção da Avenida Borges de Medeiros. Mas a obra somente saiu do papel em 1928, quando o intendente Otávio Rocha e o presidente do Estado, Borges de Medeiros, realizaram diversas obras consideradas “cirurgias urbanas”, que podem ser relacionadas, devidas às proporções, às obras realizadas em Paris por Haussmann e no Rio de Janeiro por Pereira Passos.
A execução da obra tinha como justificativa a higiene e embelezamento da cidade – neste período estava vigente o pensamento positivista, por isso a intenção de empregar a ideia de progresso, através do planejamento e reformas urbanas. Anteriormente ali existia uma pequena via – a Rua General Paranhos, que conectava a Rua General Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e descia em acentuada ladeira até a Rua Coronel Genuíno, era uma rua marcada pela criminalidade e prostituição. Além disso, havia a necessidade de tratar o trânsito da cidade, conectando o centro à zona sul.
A obra exigia o rebaixamento do terreno, a interrupção da Rua Duque de Caxias e a criação de uma via elevada para que a passagem fosse reconfigurada. A proposta é de autoria dos Engenheiros Manuel Asumpção Itaqui e Diulio Bernardi, aprovada em 1927. No ano seguinte começaram as desapropriações e terraplanagem. Para a execução da obra foi aberta uma concorrência e a empresa vencedora foi a alemã: Companhia Construtora Dyckerhoff e Widmann.
O Viaduto foi executado em estrutura de concreto armado e revestido com cirex (massa raspada com mica). Composto por três vãos: o central com 19,20m e os laterais com 4,80m. Dois grupos ornamentais estão alocados nos nichos das porções centrais. O parapeito é composto por uma balaustrada em concreto. Inaugurado em 1932, foi considerado uma obra monumental, que transmitia a visão de uma Porto Alegre Moderna. Em 1972, foram cedidos os pequenos compartimentos no passeio inferior para estabelecimentos comerciais, serviços e sanitários. Por suas características arquitetônicas e sua relevância sócio cultural, foi inscrito pelo município no Livro do Tombo em 1988.
Em 1997 começaram a ser feitas reformas para reparo da estrutura, lavagem geral, recuperação de calhas e tubos de coleta. Seguindo pela atualização no sistema de iluminação, com a sua troca. Em 1999 foi iniciada a última etapa da restauração com a reforma dos passeios, dos revestimentos, das esquadrias, das instalações elétricas e hidráulicas de todas as lojas, sendo concluída no ano de 2001. Posteriormente, em 2010, foi feita uma limpeza geral e restauração do revestimento.
Atualmente o Viaduto se encontra em péssimo estado de conservação. Instalações elétricas, hidrossanitárias, gás, impermeabilização, segurança, proteção contra incêndio, acessibilidade, iluminação pública, paisagismo, mobiliário e sinalização urbana devem ser avaliadas e recuperadas. Algumas questões relevantes foram discutidas com relação a como a Prefeitura irá realizar esta reforma. O que não resta dúvida é a sua necessidade.
Uma determinação do Ministério Público impôs que a Prefeitura apresentasse projeto de recuperação do Viaduto. Em maio deste ano, a empresa Engelplus Engenharia ganhou licitação para a execução do projeto de restauração e recuperação estrutural do monumento. Após a apresentação do projeto, principalmente de seu orçamento, as questões de como a obra será executada serão discutidas.
O movimento de Preservação e Humanização do Viaduto Otávio Rocha, promovido pela ARCCOV (Associação Representativa dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha), formada em 2005, tem por objetivo a preservação e manutenção do Viaduto através da conscientização da população e do poder público, a respeito da sua importância. Seus valores vão além dos arquitetônicos e históricos, mas também humanos e culturais.

Fontes:
MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade: construção social do espaço urbano. Porto Alegre: Edipucrs, 1995. 152 p.
Estudos urbanos: Porto Alegre e seu planejamento. Porto Alegre: UFRGS: Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1993. 373 p. : il.
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. 444 p. : il.



Athena Guimarães
Acadêmica - Arquitetura e Urbanismo
UFRGS
































Rua General Paranhos – 1865
Obras Viaduto Otávio Rocha – 1926

Obras Viaduto Otávio Rocha – 1930

Colocação dos trilhos - 1932




Pichações, sujeira e infiltrações chamam a atenção.

Foto: Maurício Malaszkiewicz
As escadarias internas foram ocupadas por consumidores de drogas, tornando o local inseguro mesmo durante o dia.
Foto: Maurício Malaszkiewicz
Atualmente as grelhas de escoamento pluvial estão fechadas. O Viaduto se torna uma verdadeira “cascata” em dias chuvosos. Além de aumentar o problema da infiltração.
Foto: Maurício Malaszkiewicz

Instalações elétricas expostas por terem seus tampos furtados ou então inacessíveis.
Foto: Maurício Malaszkiewicz