quarta-feira, 28 de março de 2012

Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha reivindicam na Secretaria do Trabalho





Reportagem Jornal do Centro - Edição 170 - Março de 2012 -  Mauricio Levy

Na pauta, a implementação de uma Feira Multicultural permanente.


Eram duas horas e meia da tarde quando representantes da Associação dos Comerciantes do Viaduto Rocha (ARCCOV), acompanhados de integrantes da Associação Comunitária do Centro Histórico e da Feira da Economia Solidária, chegaram à sala do secretário do trabalho de Porto Alegre, Pompeo de Mattos – exatamente na hora agendada para a reunião. Depois de um “chá de banco” de mais de uma hora, Pompeo apareceu – eram 15h43min.
A nova reivindicação dos permissionários e amigos do Viaduto Otávio Rocha trata de um tema crucial para a revitalização do octogenário monumento: a implementação de uma Feira Multicultural, todos os sábados, embaixo dos arcos do Viaduto (semelhante ao Caminho dos Antiquários, por exemplo). A ARCCOV já havia feito, junto à gestão municipal, uma primeira sondagem, em dezembro. Porém, sempre vem à tona a mesma escusa: primeiro o Poder Público quer o fim da dívida dos permissionários perante o erário para começar a conversar acerca de outros projetos. O que o Governo Municipal, através da SMIC e seu secretário Valter Neigelstein, não vê é que sem uma anistia ou uma renegociação, os comerciantes ficam atados, com dificuldades de investir. Sabendo das dificuldades de um diálogo franco com a atual gestão da SMIC, o presidente da ARCCOV, Adacir Flores, decidiu levar a proposta da Feira Multicultural até a Secretaria Municipal do Trabalho. Até porque, diga-se de passagem, fomentaria o trabalho e a renda no Viaduto (sem contar o ganho turístico para a cidade). 
Pompeo de Mattos, que é morador dos altos do Viaduto e vizinho da vice-presidente da ARCCOV, Ana Maria Lenz, se mostrou a favor do projeto. Porém, salientou: “Essa demanda não é da minha competência. Isso é com a SMIC”. E voltou a abordar o tema da inadimplência dos comerciantes, alegando escutar essa reclamação da Secretaria de Indústria e Comércio da Capital. Ao que Flores retrucou: “É uma forma de começar a dar uma nova vida ao Viaduto. Nós viemos porque queremos a parceria da Secretaria de Trabalho”. “Eu sou parceiro!”, de primeira interrompeu Pompeo, “mas volto a frisar que não é da minha alçada. Eu sei que com o Neigelstein é difícil de lidar. E isso não é uma crítica, eu até entendo a situação dele, de não querer a cidade cheia de feirinhas. O próprio prefeito Fortunati reclamou que o Largo Glênio Peres virou um lugar só de feirinhas. Mas eu conversar com a SMIC, podem contar”. 
Em meio à reunião, foi lembrada a estapafúrdia ideia de transformar o Viaduto em um shopping, administrado por uma entidade privada. Pompeo, de viés trabalhista, se mostrou contra. E com o decorrer da conversa, foi se empolgando em relação à Feira Multicultural: “Eu tenho interesse em realizar uma intermediação entre os organizadores da Feira e a SMIC. Não vejo um por que para o município ser contra isso. Aliás, deixem comigo. Se a SMIC não quiser assumir esse pepino, eu assumo. Isso fomenta trabalho e renda, tem tudo a ver com a minha Secretaria. Vamos lutar por essa Feira Multicultural” prometeu o secretário. Aguardemos.

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