quarta-feira, 29 de maio de 2013

O belo cartão de visita


Em Recife-PE existem pujantes centros de artesanato enquanto nós em Porto Alegre possuímos apenas tímidas lojinhas. Sou admirador e cliente do comércio estabelecido no Viaduto Otávio Rocha (Da Borges). Ali adquiro livros e discos raros, bem como por lá conserto relógios antigos, compro incenso e adquiro artesanato. Sei que é pouco pelo potencial que abarca. Sobre o Viaduto na escadaria  da cultura esta situada Associação Riograndense de Imprensa-ARI-Edifício-Alberto André em justa e perfeita homenagem ao nome daquele jornalista e vereador autor da lei que definiu a Praça da Alfândega como sede da Feira do Livro. Sob esta arte de engenharia existem boas lojas de artesanato que poderiam ser apoiadas e aumentadas para desaguar a produção local de nosso rico artesanato.  Se Recife possui centro que abriga quase meio milhar de artesãos, duas dezenas de mil peças e investimento que beira de R$ 7 milhões, por aqui não pode deixar por menos até em face da proximidade aos nossos cultos irmãos argentinos, uruguaios e chilenos, eis que aquela vocação aliada à beleza arquitetônica do nosso Viaduto é apelo irresistível. A saber, estrutura de concreto com três vãos. Dois pórticos transversais abrigando dois nichos, com grupos escultóricos da lavra de Alfred Adolf.  A escadaria sustentada por arcadas tem servido de excelente cenário a filmes e comerciais de televisão.  As balaustradas decoram os parapeitos junto às rampas.   Por vivenciarmos a Primavera, relembro que os passeios possuem nomes das estações do ano e possuem revestimento de pó de granito, lembrando pedra aparelhada. Por tudo em 31 de outubro de 1988 foi inscrito pelo município de Porto Alegre no Livro Tombo nº26. Foi inaugurado em dezembro de 1932, portanto no final deste ano completa 80 anos e está a merecer completa recuperação de suas 36 lojas sem desalojá-las, pois elas vêm sustentando quase sozinhas a vida deste importante símbolo de nossa cidade que pode sim se constituir em ferramenta de alavancagem ao turismo pelo apoio ao artesanato local. Ademais, quando recebe iluminação colorida à noite é o Cartão Postal de Visita, tão lindo quanto nosso pôr-do-sol, basta observar com atenção os ângulos fotográficos colhidos por nossos competentes profissionais da lente. É isto custa quase nada. Ademais o entorno com lojas de antiquários revelam a vocação cultural do Centro Histórico. PONTO.

Antônio Carlos Côrtes

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